quarta-feira, 27 de maio de 2015

21 de janeiro de 2014

E
m 21 de janeiro de 2014, a Marina chegaria em Juiz de Fora e pretendia ficar no antigo apartamento, onde ela morava com a Débora. Nesta mesma tarde, Marcelim, Felipe e eu estávamos fechando a oferta de uma casa no São Pedro, que teria três quartos, sendo uma suíte e mais um quarto externo, com banheiro, que seria o estúdio do Marcelim. E mais churrasqueira, forno de pizza, sauna. E a piscina, que era imensa.
O único problema era que a casa precisava de muitos reparos. Caros. Enfim, a proposta seria uma obra inicial descontada nos primeiros meses de aluguel. Não ia acontecer. Era uma proposta indecorosa.
Saímos da imobiliária, já otimistas, sonhando com a casa nova. Foi quando a gente se lembrou da visita marcada na granja do aeroporto. Essa opção foi indicação de outra Marina, uma antiga colega de trabalho. A fala foi: “ah, não custa nada”. Pra gente, mais por esperançaéaúltimaquemorre, a casa do São Pedro já estava fechada e mais nada seria melhor e mais em conta que ela. Mas não custava nada, a visita já estava marcada.
O corretor já estava a caminho pra encontrar conosco na granja. Na verdade, o endereço era impossível de saber e só havia pontos de referencia. Mas a gente chegou. Ele abriu o portão, a gente passou com o carro por um portão de ferro todo trabalhado seguido de um caminho de pedra coberto por um túnel de bambu chinês. Era como se estivéssemos entrando em uma atmosfera totalmente diferente. A casa era indescritível. Eu só mandei fotos pra Marina, que estava online no whatsapp seguindo toda a história da busca pela casa. E ela: “é brincadeira, né? Vocês não estão considerando.” Claro que era brincadeira! A casa tinha um quintal enorme, gramado, pomar, jardim, horta, piscina, sauna, churrasqueira, lareira, 7 salas, 4 suítes, mais um quarto! Inexplicavel! Magnífica! Mas óbvio. Era impossível.
Nessa visita estávamos Felipe, Marcelim, Jefim e eu, todos deslumbrados, nos perguntando o que estávamos fazendo ali!
O Jefim, tinha se mostrado bem sensato quando disse que o orçamento da obra da casa do São Pedro era surreal e que talvez a casa não valesse aquilo. E foi quando a gente concordou que só fecharia negócio com o desconto no aluguel. O que ele também achava impossível de acontecer. E foi por uma pergunta também sensata do Jefim, que tudo mudou.

Saindo pelo túnel de bambu chinês, às gargalhadas, no carro Felipe, Marcelim e eu vimos o Jefim perguntando ao corretor: “essa casa está à venda?”.

6 de março de 2014

Hoje a gente acordou em clima de ano novo. O Marcelim montou uma mesa de café da manhã que durou até uma hora da tarde. E o dia rendeu. O orçamento do portão da oficina já foi feito, todas as contas do mês foram pagas e o escritório começou a funcionar. Os cavaletes que o Felipe e eu fizemos já estão sendo usados.

Nesse momento, as ilhas de produção já estão funcionando e os contatos estão sendo retomados. A organização da casa vai acontecer naturalmente, eu acho, porque todos tiveram ou têm experiência em organização e administração de alguma forma, e claro, todos querem que o coletivo funcione.

Zaratustra


Zara com 6 meses, fazendo carinha de santa!

Melannie


Ou Mel, ou Melequinha para os mais íntimos!
Saboreando a lente da Go Pro!

Valentina Orelhuda

Valentina com poucos meses de vida, quando sua cabeça ainda não havia crescido em volta de suas orelhas.

Uma casa pra abrigar nossos sonhos

Um estúdio de música, um ateliê de arquitetura e urbanismo, uma produtora de eventos, uma ideia de móveis de pallet, vontade de fazer horta, jardim, festa.

Uma casa onde coubesse nossos sonhos.

Uns saindo da faculdade, outros saindo do emprego, outros voltando de uma trip na Europa, outros pensando em voltar pra casa, outros querendo sair de casa.

Seis pessoas, em janeiro de 2014, queriam mudar sua vida e pensavam nisso sozinhos. Mas quando o álcool entra, a verdade sai, e foi numa mesa aleatória de bar que a ideia foi sendo compartilhada e multiplicada. No começo 3 pessoas procuravam uma casa pra morar e trabalhar, depois chegou uma quarta pra fazer música, uma quinta pra se encontrar e finalmente a sexta pessoa pra tornar realidade.

Cinco de março de dois mil e quatorze

Ontem fizemos um mês de casa. Casa Magnífica.
Estou na beira da piscina, está um dia um pouco nublado, mas quente. A Mel entrou em casa. Sim. Mais uma vez peguei a safada comendo a ração da Valentina. Soma-se ao histórico de comer a espuma pro isolamento acústico e o estofado de um sofá.
Os meninos estão construindo alguma coisa na oficina pro estúdio. 
Hoje é quarta-feira de cinzas. A gente comeu pastel de queijo e tomou guaraná!
Nenhum disk cerveja atende. A gente vai ter que ir lá buscar. Mas, beleza, tem um mês de casco aí. Um mês já.
Incrível essa trajetória. Todas essas mudanças em tão pouco tempo. Eu queria transcrever toda a história...
O que aconteceu foi o seguinte: seis pessoas entraram em uma sintonia até então inimaginável. 

Foto da família no dia da vistoria. Vistoria = "vamo morar na Casa Magnífica! :OOOO"